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quarta-feira, 9 de março de 2011

Uma história de efetividade


Silvio Santos


Em 1958, São Paulo, por maior e mais pujante que fosse, ainda guardava traços de uma cidade de interior.
Nessa época, estava para nascer uma das mais importantes inovações do país. Da semente plantada no porão número 184 da Rua Líbero Badaró brotaria um negócio sólido, que se tornou a base de um grande Grupo empresarial: o Baú da Felicidade.

O cliente pagava as prestações de uma caixa de brinquedos durante o ano e recebia os produtos sonhados na época do Natal. A empresa, aberta pelo radialista Manoel de Nóbrega, começou bem e, naquele ano, vendeu milhares de carnês. Mas era muito trabalhoso.
Com a intenção de honrar os compromissos com os clientes e depois fechar o negócio, Nóbrega decidiu se afastar e incumbir um amigo, o também radialista Silvio Santos, da tarefa de assumir o controle da situação. Silvio Santos relutou o quanto pôde antes de aceitar a missão. No fim, topou apenas para socorrer o amigo, que lhe garantiu que o trabalho duraria pouco tempo, apenas até que o Baú pudesse ser fechado sem dívidas.

A sede do Baú encontrada por Silvio Santos em seu primeiro dia de expediente deixava muito a desejar, mesmo estando em endereço nobre. Segundo o comunicador, era um “buraco”, bem longe da “sede organizada de um negócio espetacular” que ele esperava encontrar. Essa primeira impressão reforçou ainda mais em sua cabeça a ideia de que a única coisa a ser feita era encerrar o mais rápido possível a empresa, na época chamada Distribuidora Ali.

Bastaram quatro ou cinco dias naquela salinha onde a mesa era feita caixotes, para que Silvio Santos identificasse o real significado do Baú da Felicidade: uma grande oportunidade nas mãos de alguém com coragem e talento – alguém exatamente como ele.
Então, no final daquele ano, Silvio decidiu que valia a pena colocar a mão na massa e procurou Manuel da Nóbrega para propor a continuidade do que considerava um negócio com muitas chances de ser lucrativo. A sociedade durou alguns anos, até que Nóbrega preferiu abrir mão da empresa, o que tornou Silvio Santos seu único dono.

Um negócio de confiança


Em 16 de fevereiro de 1959, Silvio Santos registrou sua primeira empresa com seu nome verdadeiro: Senor Abravanel. Emprestou-lhe também um endereço, o número 714 da Rua 13 de Maio, na Bela Vista, que nada mais era que o quarto na pensão em que morava.

Nenhuma das turbulências causadas pela renúncia de Jânio Quadros em 1961 afetou profundamente Silvio Santos e seu Baú. Em junho de 1963, quando criou a BF Utilidades Domésticas e Brinquedos, o negócio do empresário já havia passado por outras duas sedes: uma sala alugada na Rua Xavier de Toledo e a primeira loja na Rua Quirino de Andrade.

O estilo do empreendimento também havia mudado. As pessoas não compravam mais as mercadorias previamente pelo catálogo. Pagavam as 12 parcelas e depois iam à loja do centro escolher o que queriam. Além dos brinquedos, o Baú já oferecia geladeiras, televisores, jogos de panelas e de jantar, entre outros artigos. As lojas rapidamente se multiplicaram por São Paulo e pelas grandes cidades, atraindo cada vez mais consumidores fiéis.

A ideia, tão ousada quanto os acordes de Bossa Nova, soava estranha na época. Era preciso ter uma boa dose de confiança para pagar prestações por um tempo e só depois receber a mercadoria escolhida. Apenas um homem conhecido pela população e cheio de carisma como Silvio Santos teria condições de propor isso aos brasileiros.

Em pouco tempo, donas de casa do país inteiro teriam acesso a uma batedeira nova, o fogão de último tipo, e a novidade das novidades: a tão sonhada televisão. Para os consumidores de baixa renda, as vantagens eram enormes, pois o investimento viria a protegê-los das perdas monetárias e viabilizaria o consumo sem grandes sacrifícios. Além disso, os consumidores ainda vibravam com a chance de concorrer a prêmios distribuídos entre os clientes do famoso Baú.

A fim de atrair o interesse dos clientes, Silvio Santos não poupava esforços e apresentava shows para multidões em praças, com sorteios para promover as vendas. Além disso, desde seu início, a empresa alavancou negócios com ampla propaganda em seus programas na Rádio Nacional.

Começa a nascer o Grupo Silvio Santos

Em 1961, a humanidade se maravilhou com a descoberta de que a Terra é azul e, mesmo contemplando 10 anos de sua primeira transmissão, a TV ainda engatinhava no Brasil, com apenas 200 mil aparelhos vendidos. Silvio Santos, porém, já levava multidões a se sentar diante da telinha para assistir a seu programa noturno, Vamos Brincar de Forca.

Visionário, decidiu comprar as duas primeiras horas da programação dominical da TV Paulista, canal 5, a partir do meio-dia e transformá-las na melhor vitrine que o Baú poderia ter. Nascia aí, com um show televisivo cheio de brincadeiras e prêmios, todo baseado no Baú da Felicidade, aquilo que se tornaria o Programa Silvio Santos, que em pouco tempo ficaria famoso em todo o país.
Silvio entregava uma verdadeira frota de Fuscas

Com altos índices de audiência, o programa voltado antes para divulgar o Baú começou a chamar a atenção dos anunciantes. Nesse momento, Silvio Santos vislumbrou uma nova oportunidade de negócio: a propaganda. Inaugurada em 1962, a Publicidade Silvio Santos juntou-se ao Baú da Felicidade para dar origem ao Grupo Silvio Santos.

Ao migrar para a televisão, a premiação do então “Carnet do Baú” ficou mais sofisticada. Além dos cobiçados aparelhos de TV, as maiores vedetes de 1963 foram a motoneta Jawa e a vitrolinha Teclason. Logo depois, chegou a vez do Fusca virar o prêmio mais desejado pelos clientes do Baú.

Novas oportunidades de negócios

Banco PanAmericano


A fim de diversificar os negócios, as lojas do Baú passaram também a oferecer mercadorias a crédito. A ideia era boa, mas o governo não abria mão de receber seus impostos à vista. Havia assim a necessidade de, para escapar da inflação alta, aplicar de alguma maneira os recursos angariados com os carnês do Baú até a entrega dos prêmios, ao final dos 12 meses de pagamento.

Por conta deste cenário, mal acabava o ano de 1968, quando Silvio Santos decidiu que era hora de abrir uma financeira própria para oferecer melhores condições aos crediários. Nessa época, o capital consolidado do Grupo já somava NCr$ 3,2 milhões, cerca de US$1 milhão.

No começo de 1969, o Grupo Silvio Santos adquiriu a pequena empresa Reasul S/A que, em setembro, já seria chamada da Baú Financeira S.A. Crédito, Financiamento e Investimento. Esse foi o embrião da Divisão Financeira do Grupo que, tempos depois, seria o Banco PanAmericano.

Uma Holding para reunir todas as empresas
Ainda em 1972, enquanto o Brasil estava de olho na vice-colocada Rejane Vieira Costa no Miss Universo e em Emerson Fittipaldi, que despontava na Formula 1, outra notícia movimentava o cenário empresarial. Em 10 de junho, Silvio Santos criou uma holding para cuidar de suas dez empresas, a Silvio Santos S/A – Administração e Participações (que, em 1978, passou a ser uma S/C Ltda). Sua missão era implantar, organizar, coordenar e controlar as políticas e as diretrizes traçadas pelo Conselho de Direção, visando uma administração homogênea do grupo.

Um banco que vai até seus clientes
Na segunda metade da década de 90, ao perceber que um dos motivos que mais afastavam as classes mais pobres dos bancos era a timidez, o PanAmericano lançou mão de um modelo chileno de conquista do público, o corpo-a-corpo. A estratégia era ir até o cliente em vez de esperar que ele viesse ao banco por conta própria.

Em 1997, uma agência instalada no centro de São Paulo, local onde circulam milhares de pessoas, tinha justamente o objetivo de oferecer a esse público mais tímido a possibilidade de conseguir crédito pessoal. Com os resultados, cerca de 15 mil atendimentos por mês, dos quais 50% resultavam em negócio, o banco inaugurou lojas em outros bairros e cidades, como Santos, São Bernardo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Pioneiro, o banco oferecia cartão de crédito a seus clientes e financiava móveis, peças de automóveis e veículos. Diversificando de novo, em 1998, a Divisão Financeira abriu a PanSeg, para a promoção e venda na área de seguros. Em parceria com a PanAmericana Corretora, a Liderança Capitalização e a Perícia Corretora, a nova empresa lançou o Bem de Vida, um título de R$4, com direito a um seguro de acidentes pessoais e prêmios.

O céu é o limite
O pai de uma família com seis filhas desde cedo percebeu o grande interesse das meninas pelos cosméticos. Durante suas viagens pelos Estados Unidos e Europa, passou a notar que não apenas suas filhas, mas todas as mulheres de modo geral, cercavam os balcões de perfumes e cosméticos como abelhinhas ao redor do mel. Sendo um homem de visão empresarial e obviamente, com tantas mulheres consumidoras em sua própria família, resolveu investir nesta área aqui no Brasil.

Depois de muitas pesquisas sobre o mercado, em março de 2006, Silvio Santos e seu grupo retornaram ao mercado de cosméticos com a compra da empresa SSR.
O homem empreendedor então, vai até lá, contrata químicos argentinos, cria vidros e embalagens e lança a Chanson, cosméticos e perfumaria, que em pouco tempo foi vendida para uma outra empresa. Porém, não foi vendido o sonho do grande empreendedor, e a chama não se apagou. Então ele recua, cria novas estratégias de mercado e depois de alguns anos volta a investir naquilo em que acredita.

Contrata aqui mesmo no Brasil, os melhores profissionais necessários para desenvolverem produtos da mais alta qualidade. Desta vez, não deseja agradar apenas as mulheres, mas também, aos homens e crianças. Esta é a SS Cosméticos, fruto da determinação de um homem empreendedor, Silvio Santos.
O nome escolhido para esse novo negócio, Jequiti, traz proposital semelhança com o nome da árvore Jequitibá e de outro negócio muito importante para Silvio Santos, o Hotel Jequitimar, aberto em 2007.


Escolhemos falar sobre a trajetória de Silvio Santos por considerá-lo um grande exemplo de efetividade. Ele sempre teve um espírito bastante empreendedor, sempre atento à novas oportunidades e sempre buscando inovações. Através desse texto, percebemos que ele buscava novos campos de investimentosde acordo com as necessidades de futuros consumidores. Podemos perceber também, que Sílvio Santos sempre esteve preocupado em organizar e coordenar bem suas empresas, por isso criou uma Holding. Além disso, sua trajetória foi marcada por eficiência (ele soube desenvolver bem seus projetos) e eficácia (sempre agiu focado em resultados), o que resultou na efetividade de suas organizações.








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